quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IEDA SANTOS DELGADO . -XXXI- - Vanderley-Revista

IEDA SANTOS DELGADO (1945 – 1974)
Filiação: Eunice Santos Delgado e Odorico Arthur Delgado
Data e local de nascimento:
09/07/1945, Rio de Janeiro (RJ)
Organização política ou atividade:
ALN
Data e local do desaparecimento:
11/04/1974, São Paulo (SP)
ALN, conseguiu manter a vida em completa legalidade até ser presa em São Paulo, em 11/04/1974, quando desapareceu. Seu nome consta
na lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95.
Carioca e afro-descendente, Ieda era advogada e funcionária do Ministério de Minas e Energia há cerca de quatro anos. Embora militante da
estudantis que marcaram o período. Formou-se advogada em 1969 e falava francês, italiano, inglês e espanhol. Como funcionária
do Ministério de Minas e Energia, fez curso de especialização na PUC do Rio de Janeiro, de setembro de 1971 a março de 1972. No mesmo
ano, fez também outros cursos na Faculdade Cândido Mendes.
Tinha trabalhado como assistente da assessoria jurídica do Ministério da Educação e Cultura, no Plano Nacional de Educação, de 1967 a
1970. Foi estagiária e, depois, assistente jurídica do Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia e, em
1973, foi secretária jurídica do Centro de Pesquisas Experimentais. Ao ser presa, aguardava sua transferência para Brasília. Durante algum
tempo, trabalhou também no suplemento literário do jornal Tribuna da Imprensa.
Ieda viajou para São Paulo durante os feriados da Semana Santa de 1974, no dia 11 de abril, para buscar passaportes para um casal de
militantes da ALN que precisava deixar o país. Não retornou ao Rio de Janeiro. Por telefonema anônimo, sua família soube que ela tinha
sido presa em São Paulo.
Sua mãe, Eunice, imediatamente viajou para São Paulo e iniciou uma busca desesperada pelo paradeiro da filha. Chegou a obter a informação,
através de um general seu amigo, de que Ieda estivera presa em Campinas (SP), tendo sido hospitalizada em função das torturas, e
também em Piquete (SP), onde permanecera por pouco tempo. Tais informações, oficiosas, nunca foram confirmadas.
Os diversos
deixou ainda mais aflita. Inicialmente, em cinco linhas, em carta postada em Belo Horizonte, Ieda dizia para que a família não se preocupasse,
que estava bem. Um mês depois outra carta, nos mesmos termos, postada do Uruguai. Nessa última, sua letra estava muito tremida.
Eunice fez exames grafológicos e constatou que a letra era de Ieda.
Nesse período do regime militar em que o desaparecimento se tornou regra sistemática nos órgãos de segurança, repetiram-se várias vezes
episódios como esse em que, além do violento trauma trazido pelo desaparecimento, os familiares passaram a ser submetidos a verdadeiras
operações de contra-informação e, muitas vezes, foram alvo de chantagem para obtenção de dinheiro em troca de informações que, em
nenhum dos casos, se comprovaram verdadeiras.
Ieda Santos Delgado foi homenageada, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, com a denominação de ruas em bairros da periferia.
Sua atuação política teve início entre 1967 e 1968, em Brasília, quando estudava Direito na UnB e participava discretamente das mobilizaçõeshabeas-corpus impetrados foram negados.Um mês depois da prisão da filha, Eunice passou a receber cartas de Ieda, o que a

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