quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CARLOS ALBERTO SOARES DE FREITAS - Vanderley-Revista

C
ARLOS ALBERTO SOARES DE FREITAS
Dirigente da VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA PALMARES (VARPALMARES).
Nasceu em Belo Horizonte, em 12 de agosto de 1939, filho de Jayme Martins de Freitas e Alice Soares de Freitas.
Desaparecido desde 1971, aos 32 anos.
Caçula de oito irmãos, Beto era um homem reservado e discreto, solteiro, de uma insuspeitada timidez, o que Ihe conferia um certo charme, sempre despertando
paixões.
Corpo atlético, perfeito, extremamente terno, cavalheiro, educado, arisco, jogador de basquete, prêmios de natação.
Filho amoroso, nunca deixou de se corresponder com os pais, mesmo durante a clandestinidade.
O curso primário foi feito no Colégio São Francisco e no Grupo Escolar Manoel Esteves, em Teófilo Otoni. O curso secundário, nos Colégios Anchieta e Tristão
de Ataíde, em Belo Horizonte. Ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE/UFMG) para cursar Sociologia e Política, em 1961.
Nesse mesmo ano, iniciou sua trajetória de militância política na POLOP e inscreveu-se no Partido Socialista Brasileiro (PSB), tendo se dedicado, desde o início,
inteiramente à política.
Viajou para Cuba, em janeiro de 1962, para as comemorações da Revolução Cubana.
Escolhido pelos seus companheiros da POLOP, buscava obter maiores informações sobre a Revolução Socialista.
No período de 1961 a 1965, militou no movimento estudantil e participou, também, do trabalho de implantação das Ligas Camponesas em Minas Gerais, dentro
da perspectiva política da aliança operário-camponesa-estudantil.
Logo após o golpe militar de 1964, recebeu determinações da Direção Nacional da POLOP para que se transferisse para o Rio de Janeiro.
No entanto, dois meses depois estava de volta.
Foi preso, em flagrante, pichando muros em Belo Horizonte, no dia 26 de julho de 1964 – com palavras de ordem contra o isolamento cubano imposto pela
OEA e contra a ditadura militar – e levado para o DOPS. Posteriormente, foi transferido para a Penitenciária Agrícola de Neves e solto, em novembro do
mesmo ano, por meio de um
Beto participou, em 1965, da reorganização da seção regional do PSB, tornando-se um dos membros do Comitê Executivo do partido, além de dirigente
nacional da POLOP, em Minas Gerais.
No período de 1965 a 1968, além de outras tarefas, escreveu semanalmente, artigos para o jornal operário "
Em 1967, Beto foi julgado e condenado, à revelia, a dois anos de prisão pela Auditoria do Exército da 4ª Região Militar, em Juiz de Fora.
Em 1968 foi eleito para a Direção Nacional do COLINA e elaborou, junto com outros companheiros, documentos de análise política para discussões internas na
organização, usando o pseudônimo de Fernando Ferreira. Nesse período, foi um dos diretores da revista “
Entrou para a clandestinidade, mudando-se para o Rio de Janeiro, no mês de janeiro de 1969.
Foi preso, novamente, no dia 15 de fevereiro de 1971, junto com Antônio Joaquim Machado (também desaparecido) e Sérgio Emanuel Dias, na pensão onde
moravam na rua Farme de Amoedo, n° 135, em Ipanema. Foram levados para o quartel da PE, na rua Barão de Mesquita, onde ficavam as dependências do
DOI-CODI.
Segundo Eduardo, seu irmão, quatro dias após sua prisão, a família recebeu uma carta escrita pelo próprio Carlos Alberto, onde ele lhes comunicava que,
quando o documento chegasse ao seu destino, era sinal de que teria sido detido pelos órgãos de repressão e, em decorrência disso, todas as medidas
necessárias à sua localização deveriam ser tomadas pela família.
Foram acionados vários advogados buscando a sua localização: Sobral Pinto, Oswaldo Mendonça e Antônio Modesto da Silveira.
Habeas Corpus.Piquete".América Latina”.
Habeas-corpus
relator o ministro Nelson Sampaio.
Inúmeros apelos em caráter dramático foram enviados pelos pais e familiares de Beto às mais altas autoridades do País: Generais Médici, Geisel e Figueiredo e
ao ministro do STM, Rodrigo Otávio Jordão Ramos.
Várias buscas foram feitas na Base Aérea do Galeão – conhecido centro de tortura no ano de 1971 – na Ilha das Flores, na Vila Militar, na 4ª Região Militar, em
Juiz de Fora, e em Salvador. Foi muito procurado por pessoas conhecidas em outros Estados.
Na delegacia de Itaguaí, em junho de 71, Eduardo Soares de Freitas viu um cartaz de "terroristas procurados", exibindo a foto de Beto, riscada com um xis . Em
depoimento de Inês Etienne Romeu, ficou-se sabendo que Beto havia sido preso em São Paulo nesta mesma ocasião e conduzido, posteriormente, a um centro
clandestino de tortura da repressão, situado no interior do Estado do Rio, onde permaneceu por um período de 100 dias. Inês ouviu dos seus torturadores que
Beto fora preso, torturado e assassinado a tiros de revólver naquele local, identificado depois como a "Casa da Morte" em Petrópolis/RJ.
Vários outros presos políticos denunciaram a prisão, tortura e morte de Carlos Alberto Soares de Freitas.
O psicanalista Amílcar Lobo reconheceu, através de fotos, 10 pessoas que haviam sido torturadas no Quartel da PE, durante o período em que lá serviu (1970 a
1974), entreeles Carlos Alberto Soares de Freitas.
, impetrado junto ao STM, tomou o número 30.405, com entrada no dia 12 de março de 1971 (menos de um mês após a prisão), atuando como

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